
Está sentindo os dias mais quentes e abafados? O calor te deixa desanimado, cansado e até causa dificuldade para dormir e fazer atividades cotidianas? Você não é o único e nem é impressão que os dias estão ‘mais quentes’. Isso é o que aponta o Copernicus, o Programa de Observação da Terra da União Europeia.
Segundo a pesquisa, o ano de 2024 será, com quase certeza, o mais quente desde o começo dos registros meteorológicos, com temperaturas que devem ultrapassar em 1,5 grau Celsius a média do período pré-industrial.
A agência da União Europeia aponta um aumento sem precedentes nas temperaturas globais, superando os recordes estabelecidos em 2023. De acordo com especialistas, o planeta está vivenciando um dos períodos mais quentes dos últimos 125 anos. Novembro passado foi registrado como o segunda mais quentes da história. Portugal experimentou seu novembro mais quente, com uma média de temperatura 2,69°C acima da média entre 1981 e 2010.
Cientistas alertam que a manutenção dessa elevação por um longo período pode trazer sérios riscos ao meio ambiente, conforme estipulado no Acordo de Paris, que busca conter o aquecimento global. Samantha Burgess, Diretora-Adjunta do Copernicus, enfatizou que os dados são claros: 2024 será o ano mais quente já registrado e o primeiro a ultrapassar a marca de 1,5°C. Ela ressaltou a necessidade urgente de implementar ações climáticas eficazes. As Nações Unidas também emitiram um alerta, indicando que a trajetória atual das políticas climáticas pode levar a um aumento médio de temperatura de 3,1°C nos próximos anos.
O aumento rápido das temperaturas traz consequências sérias: especialistas alertam para extinção de espécies, impactos na agricultura e riscos para comunidades costeiras devido à elevação do nível do mar. Jennifer Francis, do Woodwell Climate Research Center, classificou os novos recordes como “terríveis para pessoas e ecossistemas”.
Além disso, a cobertura de gelo na Antártida está 10% abaixo da média, agravando o problema. Com os oceanos absorvendo 90% do calor gerado pelos gases de efeito estufa, o desequilíbrio climático acelera. Cientistas também se mostram perplexos com a ausência de um resfriamento típico após o El Niño, o que pode indicar uma aceleração preocupante no aquecimento global.
Foto: Isadora Tannous