Mesmo com muitos spoilers e final previsível, chegou ao fim nesta quarta-feira (1°) a novela política sobre a presidência da Câmara Municipal de Campo Grande. Iniciada em meados de novembro de 2024, a saga contou com enredo envolto a articulações, luta, alinhamentos, estratégias, desistências e pactos de paz nos capítulos finais.
Conforme esperado, o vereador Epaminondas Vicente Silva Neto, o Papy (PSDB), foi eleito, presidente da Câmara Municipal de Campo Grande para o biênio 2025/2026. Escolhido por unanimidade, o novo presidente da Casa de Leis foi empossado logo após a eleição, assinando o Termo de Posse durante a própria sessão.
A chapa única enfrentou a resistência dos progressistas Beto Avelar, Maicon Nogueira, Deley Pinheiro e Professor Riverton, que demonstraram interesse em ocupar a cadeira da presidência. Contudo, nem mesmo serem parte da base aliada da prefeita Adriane Lopes foi o suficiente para engrenar a chapa do Partido Progressista, que sequer conseguiu o número mínimo de sete integrantes para formar o grupo e concorrer à eleição da Mesa Diretora.
Beto Avelar, que era o nome escolhido para a disputa, desistiu nos últimos dias de 2024, assegurando assim, a vitória de Papy, que teve todo apoio na articulação do vereador Carlão, que ocupou a presidência até 31 de dezembro de 2024 e agora segue como primeiro-secretário na nova organização da Mesa. Nesse entrave, reuniões às vésperas da virada do ano entre os vereadores eleitos e prefeita se tornaram comuns, até que a paz foi selada e Papy passou o Réveillon na casa da prefeita, tornando público o consenso.
Papy defendeu em seu discurso de posse, a importância do parlamento para a gestão da cidade. “Cheguei bem garoto nesta Casa, completei 16 anos de Câmara e oito anos como vereador. O parlamento é fundamental para a vida das pessoas. É aqui que, realmente, são absorvidas as necessidades da cidade. E quando esse parlamento se omite de discutir assuntos de interesse da população, a gente também se omite em nossa vocação de defender as pessoas. Vamos defender uma ideia de parlamento. Vamos liderar essa Casa juntos para fazer o melhor pelo campo-grandense”, discursou o parlamentar.
Direita e Esquerda à Mesa – Entre acordos políticos e busca por equilíbrio, Papy formou uma Mesa onde a pluralidade partidária está presente e representantes afincos tanto da Direita, quanto da Esquerda política estarão presentes.
Além de Papy (PSDB), a gestão da Câmara Municipal conta com: André Salineiro (PL), como 1° vice-presidente; Dr. Lívio (União Brasil), na cadeira de 2° vice-presidente e do estreante Neto Santos (Republicanos), como 3° vice-presidente.
O ex-presidente Carlos Augusto Borges – Carlão (PSB) será o braço-direito de Papy, na função de 1° secretário. A petista Luiza Ribeiro será a 2° secretária e Ronilço Guerreiro (Podemos) é o 3° secretário.
O PP, que até poucos dias brigava pela presidência, não conquistou espaço na Mesa Diretora, mesmo com quatro eleitos para a 12° Legislatura e por pertencer ao mesmo partido da prefeita Adriane Lopes.
Sobre o presidente – Papy tem 37 anos, é casado e tem três filhos: Júlia, Isabel e Edilson Neto. Estudou gestão pública e esteve à frente de questões relacionadas às políticas públicas de emprego, assumindo o cargo de gestor do trabalho na Funtrab (Fundação do Trabalho de Mato Grosso do Sul). Uma experiência que adquiriu pautada na organização, na união e na luta pela inclusão.
Em novembro de 2023, pós graduou-se “Lato Sensu” em Administração Pública e Gerência de Cidades pela Uninter (Centro Universitário Internacional).
Foi eleito pelo Solidariedade com 4.152 votos, em 2017, para seu primeiro mandato. Foi convidado para assumir a função de 3º Secretário da Mesa Diretora do Legislativo. Reeleito para seu segundo mandato na Casa de Leis com 3.078 votos em 2020, tornou-se 2º Secretário. No último pleito, já pelo PSDB, garantiu o terceiro mandato ao obter 4.641 votos.
Foto: Câmara Municipal de Campo Grande