Na manhã desta quinta-feira (13), o deputado estadual Paulo Corrêa (PSDB) utilizou a tribuna da ALEMS (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul) para desabafar e pedir ajuda para o recém divulgado caso de violência sofrido pela sobrinha, que é jornalista e cantora.
Agredida pelo ex-companheiro enquanto segurava a filha do casal, um bebê de oito meses no colo, a mulher teve o nariz quebrado e após ser preso, o agressor foi solto em poucos dias em uma decisão que causou indignação na comunidade.
Agora, o deputado teme pela segurança da sobrinha e da criança e cobra efetividade no suporte às vítimas de violência. “Gostaria de tratar um assunto de extrema importância e que aconteceu na minha família…a violência contra a mulher está em qualquer nível, é algo estranho, parece que cultural. Ano passado foram mais de 5.800 denúncias registradas e agora aconteceu com a filha do meu irmão, que foi agredida pelo pai da filha dela, com quem ela tinha um relacionamento. Ele quebrou o nariz dela, com a filha dele no colo”, relatou o deputado, que exaltou o fato do agressor ser faixa preta de karatê e ter conhecimento em artes marciais.
Ao exaltar que “homem que bate em mulher é covarde”, Paulo Corrêa disse ver muitas falhas no processo de atendimento à vítima, detalhando que enquanto um irmão levava a vítima para socorro médico , outro irmão buscou apoio da polícia e acabou indiciado equivocadamente. “Pasmem, pode acontecer isso? Isso é desatenção? Foi a mesma delegada que atendeu o caso da Vanessa”, desabafou o deputado, citando o caso da jornalista Vanessa Ricarte, vítima de feminicídio em 12 de fevereiro de 2025, quando foi atacada pelo então noivo, o também músico Caio Cesar Pereira.
Por fim, o deputado disse “O que querem, que ele mate minha sobrinha? Que com a desculpa de visitar a filha ele mate minha sobrinha? Ele pode visitar a filha, mas nunca pagou pensou”, revelou.
Outros parlamentares apoiaram Corrêa e discursaram sobre a necessidade de atenção à violência contra a mulher.
Entenda o caso – No dia 03 de março, a mulher de 37 anos foi agredida pelo então companheiro, o músico Philipe Calazans, de 38 anos. No momento da agressão, que aconteceu dentro do carro, a vítima segurava a filha do casal no colo, uma criança de 8 meses de idade. Os socos desferidos pelo homem, quebraram o nariz da mulher.
Além da indignação pela violência, a situação se tornou ainda pior pelo fato do homem ter sido solto da cadeia no dia 12 de março, usando tornozeleira eletrônica. Segundo a decisão judicial, o agressor foi solto porque “apenas tentou se defender dos ataques verbais e físicos cometidos pela suposta vítima, não havendo qualquer ato que desabone sua conduta”. A justificativa detalha ainda que não há motivo para prisão, já que “Dada cominação em abstrato fixada para crimes domésticos e por ser primário, o que não justifica permanecer no cárcere aguardando o desfecho do processo crime”.
Assista ao vídeo completo sobre a fala do deputado Paulo Corrêa.