
Final de semana de muita movimentação por todas as unidades de saúde de Campo Grande, o motivo é a superlotação e aumento nos casos das síndromes respiratórias.
Diante deste cenário, a Prefeitura de Campo Grande decretou situação de emergência na saúde pública no último sábado devido ao aumento descontrolado de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).
A medida pela própria prefeita Adriane Lopes (PP) e pela secretária municipal de Saúde, Rosana Leite durante coletiva de imprensa.
O agravamento do cenário levou o município a adotar medidas excepcionais para conter a crise. A secretária de saúde, Rosana Leite, ressaltou que a situação dos hospitais é crítica.
“Hoje, a situação é muito mais grave. Na Santa Casa, temos apenas seis leitos na sala do médico, mas estamos com quatorze pacientes, sendo quatro deles intubados. Não conseguimos dar vazão aos vinte pacientes que estavam esperando atendimento. A capacidade é de seis, mas temos quatorze leitos ocupados. Isso mostra que nosso sistema já ultrapassou o limite”.
Foi decretada situação de emergência por 90 dias, com isso a prefeitura poderá flexibilizar normas da Vigilância Sanitária para ampliar a capacidade de atendimento.
“As regras atuais determinam um médico para cada dez pacientes em UTI. Em situação de emergência, poderemos flexibilizar essa proporção, claro, respeitando limites éticos e a segurança dos pacientes. Também será possível transformar leitos intermediários em leitos intensivos para atender mais pessoas”, completou a secretária.
Segundo Rosana Leite, a decisão não significa negligência, mas a tentativa de salvar vidas em meio ao caos hospitalar: “Estamos enfrentando uma situação crítica. Precisamos agir rapidamente para proteger a população. As ações que tomamos agora são para mitigar o agravamento que está previsto para as próximas quatro a seis semanas.”
Saúde em colapso
Na coletiva, a secretária de saúde afirmou que o problema não se restringe ao sistema público. Na rede privada, o quadro é igualmente preocupante. “Na CASSEMS, tínhamos duzentas e dezenove pessoas aguardando uma vaga, sendo cento e trinta e três de Campo Grande e trinta e nove do interior. Isso demonstra que o interior está cada vez mais pressionando a nossa capacidade. As fichas amarelas, que indicam casos mais graves, também se acumulam.”
Além disso, o número de crianças em situação crítica também preocupa, na última sexta, às 22h, quarenta e três crianças aguardavam vaga hospitalar na capital. Do interior, mais quarenta e nove crianças esperando transferência. No total, cinquenta e três crianças sem atendimento adequado, dados também divulgados durante coletiva de imprensa.
O que está sendo feito
Ações de vacinação ampliadas | A Prefeitura também aposta na vacinação para conter a propagação dos vírus respiratórios. Segundo a secretária, a circulação do vírus da influenza e do vírus sincicial respiratório (VSR) é o que mais nos preocupa neste momento.
“Não podemos mais vacinar apenas grupos prioritários. Precisamos de um bloqueio epidemiológico eficaz”, destacou Rosana.
Apesar da campanha iniciada há um mês, a adesão ainda é considerada baixa. Por isso, a Prefeitura está reforçando a vacinação em escolas, com autorização dos pais, e preparando novas campanhas de conscientização em igrejas, associações de bairro e outros espaços públicos.
Além disso, a Prefeitura estuda ampliar o horário de atendimento de algumas unidades básicas, conforme a evolução da demanda.
A prefeita Adriane Lopes pediu o apoio da sociedade para superar a crise. “Precisamos da mobilização de todos: da Câmara Municipal, da imprensa, das lideranças comunitárias e principalmente da população. Vacinar-se é um ato de amor ao próximo.”
Ela concluiu ressaltando que, apesar das dificuldades, Campo Grande está reagindo:
“Estamos agindo rapidamente para evitar o colapso total. A força-tarefa montada pela Secretaria Municipal de Saúde está sendo incansável. Precisamos agora da colaboração da população para que a crise não se agrave ainda mais.”
Reforçando então, a vacina contra gripe está liberada para a população em geral a partir de 6 meses de vida. Basta procurar um dos postos e se imunizar gratuitamente.