
Em um passo decisivo rumo à neutralidade de carbono, o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) lançou oficialmente o CarbonControl, uma plataforma digital inovadora para gerenciamento das emissões e remoções de Gases de Efeito Estufa (GEE). A apresentação aconteceu durante a abertura do III Fórum Estadual de Mudanças Climáticas, realizado na cidade de Bonito na última terça-feira.
A nova ferramenta digital representa um marco na política ambiental do estado e traz modernidade e eficiência ao monitoramento climático. Com o CarbonControl, o Governo de Mato Grosso do Sul poderá sistematizar os inventários de GEE, calcular com mais precisão o balanço de carbono, e tornar mais ágil o trabalho de empresas e pessoas físicas que atuam em atividades com impacto ambiental.
A plataforma também regulamenta a Resolução SEMADESC nº 23/2023, que estabelece as diretrizes para o Registro Público Voluntário de Emissões Anuais de GEE. Além disso, torna obrigatório o envio de inventários de emissões para empreendimentos que precisam de licenciamento ambiental.
“O objetivo é claro: tornar Mato Grosso do Sul um território reconhecido internacionalmente como Carbono Neutro até 2030. A exigência do inventário de GEE é um dos pilares dessa meta”, destacou o secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação).
Uma nova era para a gestão ambiental

Com o CarbonControl, os processos de registro e análise de dados ganham agilidade e transparência. A automatização facilita a leitura técnica de inventários, tanto os exigidos por lei quanto os voluntários. O diretor-presidente do Imasul, André Borges, reforçou o papel estratégico do sistema:
“O CarbonControl é um avanço tecnológico relevante. Ele fortalece nosso compromisso com o desenvolvimento sustentável e moderniza a forma como o Estado lida com as questões ambientais.”
Empresas e pessoas físicas que causem emissões ou promovam remoções de GEE já devem utilizar a nova plataforma. O sistema se aplica tanto a atividades vinculadas ao Cadastro Ambiental Rural de Mato Grosso do Sul (CARMS) quanto a atividades urbanas, fora do escopo rural.
Monitoramento de ponta a ponta
O CarbonControl cobre uma ampla gama de fontes de emissão: desde a combustão estacionária (como usinas e caldeiras) e combustão móvel (veículos e transporte), até emissões fugitivas (vazamentos de gases em dutos e sistemas de refrigeração). Também estão contempladas:
Emissões industriais, como na produção de cimento.
Atividades agrícolas, como o uso de fertilizantes e o metano liberado por animais.
Mudanças no uso do solo, incluindo desmatamentos e conversões agrícolas.
Tratamento de resíduos sólidos e efluentes.
No campo, o sistema se integra diretamente aos inventários do CARMS, utilizando o padrão do GHG Protocol Brasil. Isso garante a consistência e a confiabilidade dos dados sobre emissões e remoções de carbono (CO₂e).
Dados, transparência e ação
A plataforma entrega relatórios completos de balanço de carbono, ajudando empresas a traçar estratégias de redução de emissões e a adotar práticas mais sustentáveis. As remoções de carbono — como o sequestro via vegetação nativa ou solos conservados — são inseridas no sistema por técnicos responsáveis, conforme diretrizes do Imasul e da Semadesc.
“Com esse sistema, valorizamos não só o controle das emissões, mas também o potencial de retenção de carbono em áreas preservadas como o Pantanal e o Cerrado. Queremos incentivar práticas agrícolas sustentáveis e ajudar o Estado a alcançar o equilíbrio climático até 2030”, explicou o fiscal ambiental Rômulo Louzada.
Compromisso com o futuro
Mais que um avanço tecnológico, o CarbonControl representa um novo capítulo na gestão ambiental de Mato Grosso do Sul. Ele une inovação, ciência e responsabilidade em torno de uma meta ambiciosa — e necessária —: frear os impactos das mudanças climáticas e garantir um futuro sustentável para o estado e para o planeta.
Informações: Semadesc