“O Despertar de uma Paixão” (2006) – Este não é um romance típico, daqueles que um casal apaixonado se separa pelas adversidades da vida ou por vilões muito ruins.
Ele mostra de forma sublime a realidade de muitas pessoas, que enfrentam desafios cotidianos para sustentar uma relação, abalada pela falta de diálogo e confiança e acima de tudo, pelas diferenças do casal.
Nos anos de 1920, o bem-sucedido médico Walter Fane (Edward Norton) se encanta pela linda e fútil Kitty (Naomi Watts), uma das mulheres mais cortejadas da sociedade norte-americana. Mesmo com muitas diferenças, eles se casam e infeliz, Kitty inicia um caso com outra pessoa. Ao descobrir a infidelidade da esposa, Walter decide se vingar, aceitando um emprego em uma remota vila da China, que foi arruinada por uma epidemia fatal de cólera.
Walter e Kitty partem para uma jornada que mudará o significado do relacionamento existente entre eles, com pano de fundo que envolve a importância da amizade, do comprometimento profissional e da empatia com o próximo. Também há dramas paralelos, como a dificuldade em conviver com uma cultura completamente distinta da ocidental e a pobreza extrema de uma região devastada pela doença, medo e dor.
A fotografia e a trilha sonora são delicadas e dão mais força à trama e a música que acompanha os momentos mais importantes dos protagonistas é ‘A La Claire Fontaine” (“Pela Fonte Límpida”, na tradução), clássico da cultura francesa de 1604, que marca a jornada de Kitty rumo à sua mudança de vida radical.
Esse filme me encantou desde a primeira vez que assisti, pois, é um romance completamente fora do óbvio e não se prende a clichês. Ele transita em temas essenciais, como saúde, gestão de crise, política, religião, fé, amizade e toda essência do ser humano, entre erros e acertos e mesmo diante de um cenário dramático, tem momentos de leveza e até pequenas doses de humor.
O filme está disponível no Globo Play e Prime.